terça-feira, 3 de julho de 2018

São Gilberto e a sua fé



O Concílio do Vaticano I (1870), para dissipar erros do século XIX, definiu a fé nos seguintes termos: “A fé… é uma virtude sobrenatural pela qual, prevenidos e auxiliados pela graça de Deus, cremos como verdadeiro o conteúdo da Revelação, não em virtude da verdade intrínseca (evidência) das proposições reveladas, vistas a luz natural da razão, mas por causa da autoridade de Deus, que não se pode enganar nem pode enganar a nós”. (DS, Enquirídio de Definições… 3008 [ 1789 ] )
O Concílio do Vaticano II, em 1965, também se pronunciou: “Ao Deus que revela, deve-se a obediência da fé, pela qual o homem livremente se entrega todo a Deus, prestando ao Deus revelador um obséquio pleno do intelecto e da vontade e dando voluntário assentimento à revelação feita por Ele”. (Constituição Dei Verbum nº 5)
A fé não é um sentimento cego nem um ato de confiança afetiva em Deus, mas sim uma atitude da inteligência, que, movida pela vontade livre, diz sim a Deus que se revela.
A fé é o ato mais nobre do homem, pois aplica a faculdade mais digna do ser humano (a inteligência) ao objeto mais elevado e perfeito, que é Deus. A fé é um ato da inteligência, mas é também uma atitude da inteligência movida pela vontade.
A inteligência pede credenciais para crer, e essa se baseia na autoridade e credibilidade de quem ou do que transmite a mensagem. Diz São Tomás de Aquino que “o homem não acreditaria se não visse que deve crer” (Suma Teológica I/II qu.1, art. 4, da 2).
Segundo o Catecismo da Igreja, “a fé é uma adesão pessoal do homem inteiro a Deus, que se revela. Ela inclui uma adesão da inteligência e da vontade à revelação que Deus fez de si mesmo por suas ações e palavras”. (§173)
      Assim, a fé é este ato de abandono e confiança total em Deus que os santos experimentaram em suas vidas. Não é um salto no escuro, mas uma certeza incondicional de um amor intenso revelado em Jesus Cristo. Foi esta a experiência de fé que São Gilberto também viveu em sua vida e defendeu.
         A fé é um dom sobrenatural de Deus. Para crer, o homem tem necessidade dos auxílios interiores do Espírito Santo” (Cat. §179). Mas a fé é também um ato humano. “Crer só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo. Mas não é menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não contraria a liberdade nem a inteligência do homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas”. (“ Cat. §154)


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