Hoje ao celebrarmos a festa da Visitação de Nossa Senhora percebemos que a belíssima liturgia traça o caminho de Maria, que apressadamente, como descreve São Lucas, se dirige à casa de sua prima Isabel.
De fato, quem ouviu como a Virgem a boa notícia do Salvador e traz em seu coração e em sua vida não pode tornar-se insensível à missão de sair de si mesmo e ir ao encontro do outro. Urge no cristão esta atitude de vida que manifesta o alcance da Palavra de Deus em sua vida.
Assim aconteceu com a Virgem Maria. O encontro das duas mães e dos filhos é algo maravilhoso, pois a vida é manifestada ao mundo: primeiro, porque Jesus é a vida, como ele próprio declara e em segundo lugar, é a vida que transforma vidas como de Zacarias e Isabel e, sobretudo de João Batista que exulta de alegria no ventre de sua mãe.
Maria é a portadora da vida de Deus em meio à nossa humanidade.
Ela é o exemplo a ser seguido por todos os discípulos do seu filho gerado no poder do Espírito Santo. E é aí que vemos a clareza desta compreensão na vida de São Gilberto.
Gilberto também faz esta experiência da saída de si mesmo para alcançar algo maior que é cumprir a palavra de Deus também em sua vida.
Primeiro ele sai e vai de encontro aos pobres da redondeza das propriedades de seu pai, e vai para servi-los. Depois, sai de sua casa para aprofundar seus conhecimentos para servir melhor na educação e valores evangélicos nas terras de sua família. Servir é próprio de quem foi alcançado pela graça de Deus.
No retorno para sua casa, ele aprende a servir acolhendo para sua vida a vida dos mais simples que almejavam ser direcionados por uma via de santidade. Então ele escolheu uma regra de vida e ofereceu a estes que ansiavam por algo maior em suas vidas.
A vida apresentada a eles era o Evangelho vivido. Era a maneira concreta de viver como a Virgem a docilidade ao Espírito e à vontade de Deus. E para viver isto verdadeiramente é necessário a humildade e a abnegação de si mesmo. E aí mora o maior inimigo do ser humano: o seu orgulho.
Assim como a Virgem Maria, São Gilberto venceu o orgulho, embora Maria não o tivesse por ser isenta do pecado, mas ele teve que vencer depois de todas as humilhações que passou em sua vida e mesmo assim ainda aprendeu a servir.
Maria foi colocar-se como um empregada na casa de sua prima por três meses. São Gilberto aprendeu a colocar-se também como empregado para servir aos pobres, educando-os nas letras, mas sobretudo na fé.
Maria é portadora de Deus por excelência, porque traz o próprio Verbo Encarnado, a segunda pessoa da Trindade em seu ventre virginal; São Gilberto, como todos os discípulos, traz na vida o Verbo Encarnado, tornado Senhor e Salvador de sua vida para o mundo ao seu redor.
Que o exemplo da visitação de Maria motive a cada um de nós a vivermos a graça do encontro com o outro, a exemplo de nosso amigo São Gilberto de Sempringham.
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