A descrição dos paroquianos de Gilberto na crônica é
quase uma repetição daquela dada por seus estudiosos. "O ensino
monástico foi levado para suas casas
pelos alunos, pois eles cresciam com facilidade e naturalmente assemelhavam a
vida do governo monástico com a da família." Mantinham-se afastados das
colheitas de pastagens, folias indecentes e drogas públicas; aprenderam a fazer
obras de misericórdia e a pagar devidamente os dízimos.
A paróquia de Sempringham, mesmo naquela época, parece
ter sido bem organizada e estabelecida. As pessoas eram conhecidas por sua
reverência em Lurch; tão notável, de fato, era essa "devoçaõ e humildade",
que eles foram distinguidos e reconhecidos em todo o país circundante.
Apesar da edificação geral dada por seus paroquianos,
Gilberto, como "o médico das
almas", às vezes tinha que repreender os rebeldes, e nessas ocasiões
ele era peremptório e severo. A recusa em pagar o dízimo era uma ofensa que ele
via com especial desagrado. Talvez alguns de seus paroquianos pensassem que o
filho de seu senhor não precisava de esmolas, e provavelmente contavam com sua
bondade para isenção de qualquer penalidade quando o concurso era recusado.
Gilberto, no entanto, tinha opiniões muito decididas sobre o assunto da
disciplina eclesiástica. Ele considerava que como pároco era responsável
perante Deus por tudo o que pertencia à Igreja.
Em certa ocasião, um paroquiano se recusou a pagar o
dízimo do milho. Gilberto, ao saber dessa delinquência, foi ao celeiro do
inadimplente, repreendeu-o por sua avareza e obrigou-o a contar os feixes
devidos como dízimo diante dele.
A cena era impressionante a figura central a do santo de
pé em uma atitude severa e dominante observando o agricultor desconcertado, que
obediente mas relutantemente contou a décima parte designada. Quando essa
tarefa foi cumprida, Gilberto ordenou que o delinquente ateasse fogo na pilha,
dizendo severamente que o que ele havia roubado de Deus e de Sua Santa Igreja
era impróprio para o uso do homem.
Acontecimentos desse tipo, por mais raros que fossem,
ajudaram a impressionar o povo da aldeia com a dupla personalidade de seu
pastor. Gilberto, filho de Jocelin, era um senhor e mestre generoso, sua
caridade não tinha limites, e nada pedia de seus vassalos senão lealdade e
amor; Gilberot, o padre, era o fiel mordomo do Grande Senhor Supremo, que não
renunciaria a um jota ou til da honra que pertencia por direito à honra e
serviço de seu Mestre.
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