Chegado a Paris, meta de seus desejos, conseguiu uma
modesta hospedagem no bairro estudantil da cidade e, depois de ter obtido
admissão em uma das grandes sedes do saber, estabeleceu-se para uma vida de estudo
sério. Ele logo foi influenciado pelo entusiasmo daqueles ao seu redor e
rivalizou com os mais ansiosos em sua busca por conhecimento. Havia naquela
época duas grandes escolas em Paris, e dois grandes eruditos Guilherme de
Champeaux, que lecionavam no Priorado de São Vítor; Abelardo, que ensinava na
colina de Santa Genoveva.
A vida de Gilberto como estudante foi trabalhosa e
edificante. Ele vivia de uma pensão. As seduções da cidade alegre não tinham
poder para fasciná-lo. Em pensamento, muitas vezes viajava de volta a
Sempringham e, lembrando-se das tristezas de sua infância, culpava-se
excessivamente pelos problemas que haviam prejudicado sua vida doméstica. Ele
decidiu doravante “casar a disciplina de
uma boa vida com o conhecimento liberal”.
Assim passaram os anos da adolescência. Notícias de
Sempringham chegavam a ele em intervalos incertos. Seu pai há muito havia
perdoado suas faltas e loucuras infantis e ele havia suprido liberalmente todas
as suas necessidades.
À medida que se aproximava a hora de voltar para casa,
Gilberto pensava muito em sua vida futura. Durante seus anos de estudo,
tornou-se completamente familiarizado com a sabedoria sagrada e estava
totalmente convencido de que o aprendizado secular lucra pouco, a menos que
aliado e subserviente ao conhecimento das coisas divinas. Seu primeiro biógrafo
expressou esse pensamento quando escreveu: "Gilberto
sustentou que a sabedoria sem virtude é uma viúva.
Muitas vezes, nos últimos anos de sua estada na França,
ele passava grande parte da noite em oração. Comungando com Deus, sua alma foi
elevada acima das coisas dos sentidos, e daí em diante tornou-se impossível
para ele encontrar felicidade ou contentamento nos prazeres transitórios deste
mundo.
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